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2 de abr. de 2015

2º TRIMESTRE DE 2015 - LIÇÃO Nº 01 - 05.04.2015 - "O EVANGELHO SEGUNDO LUCAS"

ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ENGENHOCA
NITERÓI - RJ
LIÇÃO Nº01- DATA: 05/04/2015
TÍTULO: “O EVANGELHO SEGUNDO LUCAS”
TEXTO ÁUREO – Lc 1.4
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Lc 1.1-4
PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO
e-mail: geluew@yahoo.com.br
blog: http://pastorgeraldocarneirofilho.blogspot.com/





I - INTRODUÇÃO:



O Evangelho segundo Lucas é a narrativa mais completa da vida de Jesus que veio até nós proveniente da era apostólica. Teve a intenção de ser uma descrição completa do curso da vida do Salvador desde o seu nascimento até a sua ascensão, e faz parte de uma obra maior que inclui o livro dos Atos, o qual prossegue com a história das atividades missionárias da igreja até o estabelecimento da comunidade cristã em Roma.




II - O AUTOR:



De acordo com o testemunho uniforme da igreja, Lucas, um médico gentio e companheiro de Paulo, foi o autor do Terceiro Evangelho. Seu nome não foi mencionado nas suas páginas, mas as evidências disponíveis tendem a concordar e confirmar a tradição.



A íntima relação entre o Evangelho e o livro de Atos mostra que as duas obras têm o mesmo autor, e sejam quais forem as pistas que identifiquem o autor de uma, aplicam-se à interpretação da outra.



Os dois livros foram endereçados ao mesmo homem, Teófilo (Lc. 1:3; Atos 1:1). O conteúdo de Lucas encaixa-se perfeitamente na descrição do "primeiro tratado" mencionado na introdução dos Atos (Atos 1:1). A continuidade do estilo e dos ensinamentos sobre a pessoa de Cristo, a ênfase predominante sobre a obra do Espírito Santo, o interesse penetrante pelo ministério aos gentios, e a atenção constante que o escritor dedica aos acontecimentos históricos contemporâneos apontam para uma unidade planejada. Nessa mesma base, os fatos fornecidos pelo livro de Atos relativamente ao seu autor também se aplicam ao Evangelho.



O autor era um gentio convertido, possivelmente da igreja de Antioquia, onde Paulo serviu com Barnabé no começo do seu ministério (Atos 11:25, 26).



O escritor juntou-se-lhe mais tarde em Troas, conforme indica o uso que faz do pronome "nós" (Atos 16:10), acompanhou-o até Filipos, e presumivelmente, permaneceu lá enquanto Paulo visitava Jerusalém.



Quando Paulo retornou a Filipos, Lucas voltou com ele a Jerusalém (Atos 20:5 – 21:15), onde Paulo foi preso e colocado sob custódia protetora. No final da prisão de Paulo em Cesaréia, Lucas o acompanhou a Roma (Atos 27:1 – 28:15).



Paulo menciona Lucas três vezes em suas epístolas, chamando-o de "médico amado" (Cl. 4:14; Fm. 24), e indicando mais tarde que foi o último amigo que permaneceu com ele na sua segunda prisão (II Tm. 4:11). A declaração de Paulo que Lucas era médico está corroborada pela linguagem que Lucas usa e pelo interesse que demonstra pelas enfermidades e a cura.



Um notável exemplo dessa inclinação aparece na diferença entre a sua narrativa e a de Marcos referente à mulher que tinha uma hemorragia (Lc. 8:43; Mc. 5:26). Ele diagnostica o caso da mulher como incurável, enquanto Marcos enfatiza a incapacidade dos médicos.



O ministério de Lucas foi amplo: Médico, pastor, evangelista itinerante, historiador e escritor, foi tremendamente versátil e ativo. Tinha muitas amizades entre os líderes cristãos do primeiro século, e parece que também tinha importante e especial relacionamento com as autoridades romanas.



A tradição tem preservado algumas interessantes lendas a respeito dele, embora talvez não sejam autênticas. De acordo com essas histórias, Lucas era um artista que pintou um quadro da Virgem Maria. Nunca se casou e nos últimos anos de sua vida retirou-se para Bitínia, onde faleceu.



Outras lendas contam que ele foi martirizado na Grécia.



Enfim, não pode haver dúvida quando se assevera que Lucas, o médico amado (Cl 4.4), é o autor deste Evangelho. Na qualidade de companheiro de Paulo (Lc 1.1; 20.5 – 21.17; 27.8 – 28.16; Cl 4.10-14; Fm 24; II Tm 4.11), Lucas teve muitos contatos pessoais com os apóstolos e outras testemunhas do relato evangélico. Isso, juntamente com seu treinamento cultural helenístico, sua capacidade intelectual e seu contato íntimo com homens como Marcos (que igualmente escreveu um Evangelho), capacitou-o a escrever um completo, belo e digno Evngelho.




III - AS FONTES:



O conteúdo de Lucas tem o aspecto geral de Mateus e de Marcos porque os três Evangelhos Sinóticos tratam dos acontecimentos gerais da vida de Jesus.



Provavelmente uma grande porção da narrativa de Lucas, que coincide com o conteúdo de Mateus e Marcos, teve origem nas pregações expositivas dos missionários apostólicos.



Uma teoria largamente aceita acrescenta que Lucas usou o Evangelho de Marcos e uma especial fonte oral tal como fez Mateus. De acordo com o seu próprio testemunho ele conhecia as outras narrativas (Lc. 1:1, 2), mas não sabemos o quanto se utilizou delas.



Uma grande parte do material de Lucas, entretanto, é único no gênero. Sua história relacionada com os acontecimentos em torno do nascimento de Cristo difere de Mateus no ponto de vista e em alguns detalhes. Ele seleciona mais parábolas de Jesus do que Mateus e Marcos, e destaca mais a personalidade dos caracteres de sua narrativa.



Na história da Ressurreição, ele introduz a caminhada a Emaús, que nenhum dos outros Evangelhos dão de maneira completa.



Esses aspectos singulares ele os deve ter obtido de testemunhas oculares, pois ele não esteve pessoalmente presente nos acontecimentos que descreve. Na sua introdução ele declara que foi assim (Lc. 1:2) e mais adiante no Evangelho menciona pessoas das quais poderia ter obtido informações. Maria, a mãe de Jesus, pode ter fornecido o conteúdo dos dois primeiros capítulos; Maria Madalena, Joana, a esposa de Cuza (mordomo de Herodes), e outras mulheres (Lc 8:3) poderiam ter- lhe fornecido muitas reminiscências pessoais.



Se Lucas viajou pela Palestina durante a prisão de Paulo em Cesaréia, poderia ter entrevistado inúmeras pessoas que se lembrariam de terem ouvido Jesus pregando e ensinando. Das pregações de Paulo e dos outros apóstolos que ele ouviu, poderia ter extraído grande parte das aplicações doutrinárias que aparecem tanto no Evangelho como no livro de Atos.




IV - A DATA:



Por causa da conclusão abrupta do livro de Atos, parece que Lucas concluiu o mesmo no final dos dois anos da prisão de Paulo em Roma.



Se o Evangelho foi escrito anteriormente, conforme indica a introdução do livro de Atos (Atos 1:1), deve ter sido composto, o mais tardar, antes de 62 A.D. quando terminou a prisão em Roma. 



Talvez Lucas colheu o material para o mesmo durante seus anos de serviço com Paulo, e então, antes de sair da Palestina na companhia deste, a caminho de Roma, enviou-o de Cesaréia para o seu amigo Teófilo. Se foi assim, o Evangelho foi escrito aproximadamente em 58 A.D.



A alusão feita ao cerco e tomada de Jerusalém (Lc. 21:20-24) tem sido interpretada por alguns que o Evangelho foi escrito depois da queda da cidade em 70 A.D. Tal conclusão não é necessária, se considerarmos que o conteúdo do capítulo é uma profecia, e que Lucas está apenas registrando as palavras de Jesus sobre o futuro.



A afinidade entre a linguagem da narrativa de Lucas sobre a Última Ceia (Lc 22.14-23) e o resumo de Paulo (I Co. 11:23-26) pode indicar que Lucas estivesse repetindo as palavras que o próprio Paulo usou em diversas ocasiões. Se for assim, a composição e publicação do Evangelho podem ser colocadas mais perto dos dias de Paulo do que em período de trinta ou mais anos após.



Diante de tais fatos, Lucas, provavelmente, escreveu seu Evangelho entre os anos 64 e 60 d.C.. Pouco depois, também escreveu o livro de atos.




V - O LUGAR:



Nenhuma indicação do lugar da publicação nos foi dada. Uma tradição relaciona o Evangelho com a Grécia, possivelmente Atenas. Outra sugere que o lugar seja a Antioquia da Síria, onde Lucas teria amigos.



Cesaréia parece ser o lugar mais adequado para a sua composição, mas o Evangelho pode ter sido completado e enviado de Roma a Teófilo, se não da própria Cesaréia.




VI - O DESTINATÁRIO:



Teófilo, a quem o Evangelho foi endereçado, era provavelmente um gentio de alta posição social. Lucas o saúda com o titulo, "ó excelente", o qual ele reserva em outros lugares de seus escritos para autoridades romanas (Atos 24:3; 26:25.)



Nada se sabe dele diretamente além das duas menções feitas em Lucas 1:3 e Atos 1:1.



Era um cristão convertido, interessado em saber mais sobre a nova fé do que poderia obter da simples instrução de rotina. Os dois tratados de Lucas tinham a intenção de transformá-lo em um crente inteligente.




VII - O DESENVOLVIMENTO DAS IDEIAS:



O Evangelho de Lucas apresenta o curso da vida de Jesus como se alguém apresentasse seus pontos altos a um auditório por meio de um filme. Começa com sua genealogia e nascimento, continua através do seu ministério terreno até a Paixão, e atinge o clímax na Ressurreição.



Atos continua sua operação na igreja através do Espírito Santo até a chegada de Paulo em Roma.



O Evangelho, então, foi dedicado à primeira metade dessa apresentação progressiva da pessoa de Cristo. A estrutura de Lucas segue de modo geral a ordem de Mateus e Marcos, uma vez que foi determinada pela vida de Cristo propriamente dita.



A apresentação dos fatos é mais completa em diversos aspectos, mas é menos apegada aos tópicos do que Mateus e mais fluente que a de Marcos.




VIII - RESUMO DA MENSAGEM:



A mensagem do Evangelho de Lucas pode ser resumida nas palavras de Jesus a Zaqueu, conforme Lucas as registra: "Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido" (Lc 19:10).



O caráter e propósito de Jesus como Salvador é o tema principal deste livro. As atividades e os ensinamentos de Jesus em Lucas são focalizados no ato de tirar os homens dos seus pecados e de trazê-los de volta à vida e à esperança.



Os milagres, as parábolas, os ensinamentos e as atitudes de Jesus exemplificam seu poder e vontade redentores.



O conceito de Jesus como Filho do homem enfatiza a sua humanidade e a sua compaixão sentida por todos os homens. Ele tinha de ser a "Luz para alumiar as nações, e para glória de Israel" (Lc 2:32).



Lucas escreve como cristão gentio, com profunda apreciação pela revelação de Deus através do povo hebreu, revelando contudo uma grande simpatia por aqueles que não foram incluídos no primeiro Lucas convênio da Lei. Seu Evangelho é verdadeiramente universal no campo de ação. 




IX - ESBOÇO:



1 - Introdução – Lc 1:1-4.



2 - A anunciação do Salvador – Lc 1:5 – 2:52.



(2.1) - A anunciação a Zacarias. 1:5-25.     



(2.2) - A anunciação a Maria - Lc 1:26-56.     



(2.3) - O nascimento de João - Lc 1:57-80.



(2.4) - O nascimento de Jesus - Lc 2:1-20.



(2.5) - A apresentação no Templo - Lc 2:21-40.



(2.6) - A visita a Jerusalém - Lc 2:41-52.



3 - O aparecimento do Salvador Lc 3:1– 4:15.



(3.1) - A introdução de João Batista Lc 3:1-20.



(3.2) - O batismo de Jesus. 3:21, 22.



(3.3) A genealogia - Lc 3:23-38.



(3.4) - A tentação - Lc 4:1-13



(3.5) - A entrada na Galiléia Lc - 4:14-15.



4 - O ativo ministério do Salvador - Lc 4:16–9:50.


(4.1) - A definição do seu ministério - Lc 4:16-44.



(4.2) - As provas do seu poder - Lc 5:1–6:11.



(4.3) - A escolha dos apóstolos - Lc 6:12-19.



(4.4) – Um sumário dos seus ensinamentos - Lc 6:20-49.



(4.5) - Um período difícil do seu ministério - Lc 7:1–9:17.



(4.6) - O clímax do seu ministério - Lc 9:18-50.




5 - O caminho para a cruz - Lc 9:51–18:30.



(5.1) - A perspectiva da cruz - Lc 9:51-62.



(5.2) - O ministério dos Setenta - Lc 10:1-24.



(5.3) - Ensino público - Lc 10:25–13:21.



(5.4) - O começo dos debates públicos - Lc 13:22–16:31.



(5.5) - Instruções aos discípulos – Lc 17:1–18:30.



6 - O sofrimento do Salvador - Lc 18:31–23:56.



(6.1) - A ida a Jerusalém - Lc 18:31–19:27.



(6.2) - A entrada em Jerusalém - Lc 19:28-44.



(6.3) - O ensino em Jerusalém - Lc 19:45–21:4.



(6.4) - O discurso no Jardim das Oliveiras Lc 21:5-38.



(6.5) - A última ceia - Lc 22:1-38.



(6.6) - A traição - Lc 22:39-53.



(6.7) - A prisão e o julgamento – Lc 22:54–23:25.



(6.8) - A crucificação - Lc 23:26-49.



(6.9) - O sepultamento - Lc 23:50-56.



VII - A ressurreição - Lc 24:1-53.



(7.1) - A sepultura vazia - Lc 24:1-12.



(7.2) - A caminhada a Emaús - Lc 24:13-35.



(7.3) - O aparecimento aos discípulos - Lc 24:36-43.



(7.4) - A última comissão - Lc 24:44-49.



(7.5) - A ascensão - Lc 24:50-53.




X – CONSIDERAÇÕES FINAIS:



O Evangelho de Lucas proclama as boas novas de que Jesus não apenas afirmou ser o Salvador Divino, mas que Ele se revelou como o Redentor Todo-Poderoso que é o Filho Unigênito do Pai. Através da ressurreição e da ascensão – Lc 24.50-53 -, Ele finalmente comprovou a veracidade de Suas afirmações e o caráter genuíno de Sua auto-revelação como o Salvador do mundo, enviado, aprovado e equipado por Deus (Lc 4.17-21; 10.22).

FONTES DE CONSULTA E PESQUISA:
Bíblia Vida Nova
Comentário Moody