ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ENGENHOCA
NITERÓI - RJ
LIÇÃO Nº 09 - DATA: 31/05/2015
TÍTULO: “AS LIMITAÇÕES DOS DISCÍPULOS"
TEXTO ÁUREO – Lc 9.40
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Lc 9.38-42, 46-50
PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO
e-mail: geluew@yahoo.com.br
blog: http://pastorgeraldocarneirofilho.blogspot.com/
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ENGENHOCA
NITERÓI - RJ
LIÇÃO Nº 09 - DATA: 31/05/2015
TÍTULO: “AS LIMITAÇÕES DOS DISCÍPULOS"
TEXTO ÁUREO – Lc 9.40
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Lc 9.38-42, 46-50
PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO
e-mail: geluew@yahoo.com.br
blog: http://pastorgeraldocarneirofilho.blogspot.com/
I -
INTRODUÇÃO:
Não são poucos os perigos pelos quais passa o
ministro diariamente. Em virtude da elevada posição que ocupa e das
responsabilidades inerentes à sua função, quando o inimigo consegue
derrotá-lo, atinge inevitavelmente muitas outras pessoas, dentro e fora da
igreja.
Os escândalos têm terríveis consequências para a
igreja. Por isso, todo cuidado é pouco e devemos dar toda atenção à
recomendação da Palavra de Deus: "Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina",
l Tm 4.16a.
Tentaremos abordar alguns desses perigos,
identificando imediatamente algumas providências que o servo de Deus deve
tomar para evitá-los.
II - A ACOMODAÇÃO:
l Tm 4.14 - Obreiros
com a mesma mensagem de sempre, sem iniciativa na obra de Deus, que dizem estar
sempre esperando a revelação de Deus, são Obreiros acomodados.
O apóstolo Paulo retrata o Obreiro
cristão com duas figuras muito significativas: o soldado e o atleta, 2 Tm
2.3-5; l Co 9.25-27.
Tanto o soldado quanto o atleta se
distinguem pela constante atividade, iniciativas, espírito de luta e,
principalmente, por perseguirem com persistência alvos certos.
O Obreiro acomodado, sem ânimo e
preguiçoso, não oferece nenhum perigo ao diabo, pelo contrário, pode tornar-se
presa fácil para suas astutas ciladas.
III - COMO VENCER A ACOMODAÇÃO:
O meio de vencer a acomodação é a
autodisciplina, isto é, o pastor deve cultivar a sua própria saúde pastoral,
para poder fazer com alegria a obra do Senhor.
Em primeira Timóteo 4.6-12,
encontramos os passos da autodisciplina:
(a) - Alimentar-se com as palavras
da fé (v 6).
(b) - Alimentar-se com a boa
doutrina (v 6).
(c) - Abster-se das fábulas profanas
(v 7a; Hb 5.11-14).
(d) - Exercitar-se na piedade (v
7b).
O pastor deve ter vida devocional
particular de oração e leitura das Escrituras para satisfazer suas próprias necessidades
espirituais. Rejeitar as polêmicas sobre coisas fúteis e exercitar-se na piedade
é necessário.
"Piedade", neste texto,
significa o elevado padrão da santidade e dos propósitos divinos que o pastor
deve buscar alcançar pelo treinamento necessário da oração, na Palavra e no
serviço.
IV - O PROFISSIONALISMO:
Muitos pastores tem confidenciado que se sentem
constrangidos quando são obrigados a preencher fichas cadastrais onde consta
profissão. Esses amados irmãos estão cheios de razão, pois o ministério não
é profissão. O ministério é uma vocação divina.
Todavia, o ministro pode inadvertidamente tornar-se
um profissional do Evangelho. O ministro profissional é aquele que realiza a
obra de Deus por dinheiro, de modo mecânico, porque não tem outro que a faça e,
por necessidade, sem atentar a quem serve e como deve servir.
Muitos dizem viver pela fé, mas nunca estão
disposto a pregar, cantar ou tocar sem saberem qual é a oferta. Isso também é
profissionalismo.
V - COMO VENCER O PROFISSIONALISMO:
Leiamos At 20 e vejamos o verdadeiro
padrão do Obreiro.
A força que movia Paulo a servir à
Igreja era o amor, amor que demonstrava de várias maneiras:
(a) - Amor pela profunda afeição
existente entre ele e os irmãos, de modo recíproco (At 20.1,36-38).
Paulo servia porque amava os irmãos,
e, para servi-los sem lhes ser pesado, trabalhava com as próprias mãos para
seu sustento; na afeição entre Paulo e os irmãos, constata-se que Paulo não
era um intocável; hoje há Obreiros que se isolam do povo, são intocáveis.
Cuidado!
(b) - Amor demonstrado pelo espírito
liberal. Paulo passava pela Macedônia (At 20.1; l Co 16.1-4) para recolher uma
oferta para os pobres de Jerusalém;
Quando lemos os textos que tratam da
coleta que Paulo encarregou-se de fazer em favor dos pobres da igreja em Jerusalém,
podemos sentir o amor com que exercia este serviço; Paulo sabia dar, assim como
sabia receber, Fp 4.10-20; At 20.24,33,35.
(c) - Amor demonstrado pela
disponibilidade para o ministério. Paulo não tinha gabinete nem horário para
servir aos irmãos, mas estava sempre pronto a anunciar a Palavra de Deus,
ministrando com amor e dedicação insuperáveis - At 20.7-11.
VI -
AS TENTAÇÕES:
São muitas as tentações a que está
exposto o homem de Deus, na sua vida e no seu ministério, embora alguns irmãos
pensem que o ministro é um super-homem. Esta imagem é falsa e o servo de Deus
deve ter cuidado, pois o diabo não descansa, mas graças a Deus que o servo obediente
sempre tem vitória, l Pe 5.8,9; Pv 1.10; 4.14; Rm 6.13; Ef 6.13 e 2 Pd 2.9.
V - TENTAÇÕES DO SEXO:
Causas principais deste tipo de
tentação:
(a) - Relaxar na autodisciplina.
(b) - Mau relacionamento com a
esposa e com a família.
c) - Deixar-se envolver com alguma
irmã, com quem passa a conversar longo tempo, e até mesmo permitir confidências.
(d) - Dar asas aos pensamentos
pecaminosos.
Sugestões
para vencer este tipo de tentação:
(a) - Reconhecer o problema e
admitir que se trata de cobiça.
(b) - Voltar imediatamente à
autodisciplina (oração e meditação).
(c) - Procurar eliminar os problemas
da vida conjugal, melhorando a comunicação familiar.
(d) - Fazer da esposa a companheira
inseparável na hora do aconselhamento de irmãs e na visitacão pastoral.
VI - TENTAÇÕES DO DINHEIRO:
Causas deste tipo de tentação:
(a) - Sentir inveja daqueles que.
fora do ministério, estão prosperando.
(b) - Quando dedicado integralmente
ao ministério, sentir vontade de voltar a associar a vida espiritual com outras
atividades lucrativas, mesmo que isto vá prejudicar a sua espiritualidade, a
sua família e o seu relacionamento com Deus.
(c) - Sendo um pastor pobre,
discriminar os irmãos ricos, achando-os desonestos.
(d) - Administrar mal os recursos
da Igreja, achando que, por ser o pastor, deve dispor dos seus recursos como
bem entender.
Sugestões para vencer essas tentações
Aprender com o apóstolo Paulo e
outros servos de Deus, Fp 4.10-20; l Tm 6.6-12; Hb 13.5,6; Pv 15.16.
A meditação nesses textos é suficiente
para nos levar à plena confiança de que o importante é estarmos no centro da
vontade de Deus. Ele é fiel para com aqueles a quem chamou para sua obra. Sejamos
fiéis igualmente.
VII - TENTAÇÕES PELA INVEJA NO MINISTÉRIO:
Alguns servos de Deus têm caído na
cilada maligna do inconformismo, da inveja, da cobiça. Nunca estão satisfeitos
com o que estão fazendo. Se estão dirigindo uma igreja, acham que merecem e
são capazes de dirigir outra maior ou mais bem localizada.
Certo jovem veio numa manhã a
Spurgeon e lhe disse:
- "Eu tenho uma queixa a fazer.
Minha congregação é muito pequena."
Respondeu o grande pregador:
- "Bem, talvez ela seja do
tamanho pelo qual você será capaz de prestar contas no dia do julgamento."
Homens de Deus há que perderam a
condição de servirem a Deus, porque caíram no mesmo pecado de Míriam e Arão, e
de Core e seus seguidores. Querem o lugar e a função que não lhes pertence.
Não se conformam em ser liderados, em permanecer no lugar onde foram chamados
para liderar, apenas - Nm 12.1-8; 16.1-36.
Muitos já caíram neste tipo de
tentação. Absalão (2 Sm 15.1,2,4), Adonias (l Rs 1.5), os filhos de Zebedeu,
(Mt 20.20,21).
Ainda outros não se conformam em
desempenhar o ministério ou serviços para os quais realmente foram vocacionados.
Sempre estão querendo mudar para fazer o trabalho de outro irmão. É preciso
ter cuidado, pois alguns já percorreram esse caminho e se deram muito mal -
Uzias (2 Cr 26.16-21) e Diótrefes (3 Jo 9.10) são exemplos disso.
Reconheçamos também que existem
diferentes dons e que cada um deve ser diligente segundo o dom que recebeu do
Senhor, l Co 12.12-30; Rm 12.3-8.
Sugestões para vencer este tipo de
tentação
(a) - Duas perguntas o homem de Deus
precisa fazer a si mesmo:
(1ª) - Estou no lugar onde Deus
quer?
(2ª)- Estou exercendo o ministério
de Deus como ele quer?
Caso estas respostas sejam
positivas, agradeça a Deus e prossiga para o alvo. Caso sejam negativas, coloque-se
à disposição do Senhor e espere nele.
(b) - Faça seu trabalho sem se
preocupar com o que outros estão fazendo. A troca de experiência é válida,
quando é feita com humildade e sinceridade, para glória de Deus.
(c) - Lembre-se de que o ciúme e
inveja são pecados, e que o ressentimento e o inconformismo podem prejudicar
inteiramente sua vida espiritual, Hb 12.14,15.
(d) - O espírito de rivalidade só
prejudica a igreja e seu próprio ministério.
(e) - Agradeça constantemente a Deus
pelo que ele está fazendo em sua obra. Não murmure, Mt 3.ll; l Co
15.9.
VIII - TENTAÇÕES DO PÚLPITO:
No púlpito está a grande força da igreja, pois é
dele que o ministro prega e ensina a Palavra de Deus, com o objetivo de
aperfeiçoar os santos e salvar os perdidos.
Qualquer distorção ou enfraquecimento desse
objetivo é uma derrota para a igreja, e o diabo sabe disso; portanto, é
importante que o pastor tenha cuidado com o púlpito e no púlpito.
As tentações mais comuns que sofre o ministro em
relação ao púlpito são:
(a) - A auto-exaltação - O ministro é tentado a
achar-se um grande pregador ou ensinador.
Certo pastor descia do púlpito, depois de pregar, e
um irmão lhe disse:
- "O senhor pregou maravilhosamente."
O pastor respondeu:
- "O diabo me disse isso, lá no púlpito."
Tenha cuidado com a auto-exaltação, Rm 12.16; Pv
13.10; 16.18; l Pd 5.5.
(b) Confiança em sua capacidade - O ministro passa
a depender muito de sua capacidade, habilidade e eloquência, ao invés de
depender do Espírito Santo, Jo 3.27; 15.5; 16.5-11; 2 Co 3.5; At 33.
(c) - Pregar a Palavra de Deus sem que ela seja uma
realidade em sua própria vida, 2 Ts 3.9; l Tm 4.12; Tt 2.7; Tg 2.12.
(d) - Mentir ou exagerar quando está contando uma
ilustração ou estória, Ef 4.25; Pv 12.19.
(e) - Falar aquilo que as pessoas querem
ouvir ao invés de obedecer ao Espírito Santo, At 4.20.
(f) - Manipular os seus ouvintes com estórias e
ilustrações emocionantes.
(g) - Usar o púlpito como martelo,
para descarregar suas frustrações e nervosismos.
(h) - Relaxar na preparação da
mensagem da Palavra por preguiça e desculpar-se de que o Espírito dá a mensagem
At 17.11; Rm 15.4; l Tm 4.13-15; Sl 1.2.
IX -CLERICALISMO OU SACERDOTALISMO:
Parece alguma coisa nova ou sem
grande importância, porém, já se nota no seio da Igreja a penetração desta cunha
maligna.
O desvio da Igreja Primitiva
deve-se à institucionalização. E essa institucionalização deu-se em três
níveis interdependentes: o culto, a doutrina e a
organização.
Com o intuito de
"preservar" a "estabilidade" e a continuidade da Igreja,
alguns líderes do terceiro século substituíram a liberdade do Espírito por
formas rígidas e institucionalizadas nos três níveis.
Atualmente o maior perigo se
relaciona com o clericalismo ou a organização ministerial que surge quando os
ministros tornam-se uma classe separada do corpo e passam a dominá-los com suas
leis, regulamentos e exigências. Ou ainda quando passam a impor a consagração
de seus filhos e parentes ao ministério mesmo que estes sejam inexperientes ou
sem vocação. A tendência é a formação de uma casta sacerdotal.
É fundamental que se entenda que
não se encontra em todo o Novo Testamento qualquer norma ou regulamento sobre o
culto e a organização da Igreja e do ministério. Nem tampouco o Senhor Jesus
deixou expressa qualquer ordem nesse sentido. Donde se conclui que o culto
deve ser dentro da liberdade do Espírito, preservando-se a ordem e a decência
(função do ministério).
A doutrina está toda revelada na
Palavra de Deus. E os ministros devem servir, cada um
na vocação com que foi chamado e segundo o dom que o Senhor lhe deu. Nunca passou
na mente do Senhor que eles deveriam constituir-se em casta ou em clero organizado.
A prepotência de liderança de
grandes igrejas também está relacionada com o clericalismo, pois basta examinar
a história da Igreja Cristã para verificar que esta foi uma das formas de
surgimento do bispado e, mais tarde, do papado.
Toda e qualquer distorção da
forma neotestamentária do culto, doutrina ou ministério causa tristeza
ao Espírito Santo e pode impedir sua ação.
X - A POLÍTICA E AS SOCIEDADES SECRETAS:
O ministro não necessita
viver alheio aos acontecimentos políticos de
seu país. Pelo contrário, como cidadão, o pastor precisa conhecer a linha de
pensamento ideológico dos partidos políticos para poder orientar seu povo.
Todavia, como ministro de Deus, o
pastor sabe que a origem dos graves problemas econômicos e sociais de sua
pátria não está na forma de regime político, mas na desobediência dos homens
aos preceitos de Deus. Sabe também que a solução, ao contrário do que propala
a Teologia da Libertação, não está na instalação imediata do Reino de Deus na
Terra, como forma de governo, mas no arrependimento e na aceitação de Jesus
Cristo como Salvador e Senhor.
Pelo exposto acima, o pastor não
deve atrelar-se a políticos nem a partidos. A independência
do pastor e da igreja em relação à política evitará constrangimentos, quando
houver derrotas e ataques de adversários. Isso pode denegrir a vida da igreja
e macular a sua imagem diante da sociedade, Jo 15.19; At 2.40; 2 Tm 2.4.
Não se pode nem pensar num verdadeiro ministro de
Deus pertencendo a sociedades secretas. Ao homem que foi chamado por Deus para
exercer o ministério pastoral não é permitido comprometer-se com outros
senhores, sociedades e filosofias.
Qualquer associação espúria ou subserviência a
doutrinas, filosofias ou ritos de origem pagã, deixará dúvidas sobre a
legitimidade da chamada divina do pastor que a isso se sujeita.
FONTE DE CONSULTA:
“PERIGOS NO
CAMINHO DO OBREIRO” – José Deneval Mendes - Revista Obreiro – CPAD - n' 44 - jul a
set, 88