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30 de mai. de 2015

2º TRIMESTRE DE 2015 - LIÇÃO Nº 09 - 31/05/2015 - "AS LIMITAÇÕES DOS DISCÍPULOS"

ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ENGENHOCA
NITERÓI - RJ
LIÇÃO Nº 09 - DATA: 31/05/2015
TÍTULO: “AS LIMITAÇÕES DOS DISCÍPULOS"
TEXTO ÁUREO – Lc 9.40
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Lc 9.38-42, 46-50

PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO
e-mail: geluew@yahoo.com.br
blog: http://pastorgeraldocarneirofilho.blogspot.com/






I - INTRODUÇÃO:



Não são poucos os perigos pelos quais passa o ministro diariamente. Em virtude da elevada posição que ocupa e das responsabilidades ineren­tes à sua função, quando o inimigo consegue derrotá-lo, atinge inevitavelmente mui­tas outras pessoas, dentro e fora da igreja.



Os escândalos têm terrí­veis consequências para a igreja. Por isso, todo cuidado é pouco e devemos dar toda atenção à recomendação da Palavra de Deus: "Tem cui­dado de ti mesmo e da doutri­na", l Tm 4.16a.



Tentaremos abordar al­guns desses perigos, identificando imediatamente algu­mas providências que o servo de Deus deve tomar para evi­tá-los.




II - A ACOMODAÇÃO:



l Tm 4.14 - Obreiros com a mesma mensagem de sempre, sem iniciativa na obra de Deus, que dizem estar sempre espe­rando a revelação de Deus, são Obreiros acomodados.



O apóstolo Paulo retrata o Obreiro cristão com duas figuras muito significativas: o soldado e o atleta, 2 Tm 2.3-5; l Co 9.25-27.



Tanto o sol­dado quanto o atleta se dis­tinguem pela constante atividade, iniciativas, espírito de luta e, principalmente, por perseguirem com persistência alvos certos.



O Obreiro acomodado, sem ânimo e preguiçoso, não oferece nenhum perigo ao diabo, pelo contrário, pode tornar-se presa fácil para suas astutas ciladas.




III - COMO VENCER A ACOMODAÇÃO:



O meio de vencer a aco­modação é a autodisciplina, isto é, o pastor deve cultivar a sua própria saúde pastoral, para poder fazer com alegria a obra do Senhor.



Em primei­ra Timóteo 4.6-12, encontra­mos os passos da autodisci­plina:



(a) - Alimentar-se com as palavras da fé (v 6).



(b) - Alimentar-se com a boa doutrina (v 6).



(c) - Abster-se das fábulas profanas (v 7a; Hb 5.11-14).



(d) - Exercitar-se na pieda­de (v 7b).



O pastor deve ter vida devocional particular de oração e leitura das Escrituras para satisfazer suas próprias ne­cessidades espirituais. Rejei­tar as polêmicas sobre coisas fúteis e exercitar-se na pieda­de é necessário.



"Piedade", neste texto, significa o eleva­do padrão da santidade e dos propósitos divinos que o pas­tor deve buscar alcançar pelo treinamento necessário da oração, na Palavra e no servi­ço.




IV - O PROFISSIONALISMO:



Muitos pastores tem confidenciado que se sentem constrangidos quando são obrigados a preencher fichas cadastrais onde consta profis­são. Esses amados irmãos es­tão cheios de razão, pois o mi­nistério não é profissão. O mi­nistério é uma vocação divina.




Todavia, o ministro pode inadvertidamente tornar-se um profissional do Evange­lho. O ministro profissional é aquele que realiza a obra de Deus por dinheiro, de modo mecânico, porque não tem outro que a faça e, por neces­sidade, sem atentar a quem serve e como deve servir.



Muitos dizem viver pela fé, mas nunca estão disposto a pregar, cantar ou tocar sem saberem qual é a oferta. Isso também é profissionalismo.




V - COMO VENCER O PROFISSIONALISMO:



Leiamos At 20 e vejamos o verda­deiro padrão do Obreiro.



A força que movia Paulo a servir à Igreja era o amor, amor que demonstrava de vá­rias maneiras:



(a) - Amor pela profunda afeição existente entre ele e os irmãos, de modo recíproco (At 20.1,36-38).



Paulo servia porque amava os irmãos, e, para servi-los sem lhes ser pe­sado, trabalhava com as pró­prias mãos para seu sustento; na afeição entre Paulo e os ir­mãos, constata-se que Paulo não era um intocável; hoje há Obreiros que se isolam do povo, são intocáveis. Cuidado!



(b) - Amor demonstrado pelo espírito liberal. Paulo passava pela Macedônia (At 20.1; l Co 16.1-4) para reco­lher uma oferta para os pobres de Jerusalém;



Quando lemos os textos que tratam da coleta que Paulo encarregou-se de fazer em favor dos pobres da igreja em Jerusa­lém, podemos sentir o amor com que exercia este serviço; Paulo sabia dar, assim como sabia receber, Fp 4.10-20; At 20.24,33,35.



(c) - Amor demonstrado pela disponibilidade para o ministério. Paulo não tinha gabinete nem horário para servir aos irmãos, mas estava sempre pron­to a anunciar a Palavra de Deus, ministrando com amor e dedicação insuperáveis - At 20.7-11.




VI - AS TENTAÇÕES:



São muitas as tentações a que está exposto o homem de Deus, na sua vida e no seu ministério, embora alguns ir­mãos pensem que o ministro é um super-homem. Esta imagem é falsa e o servo de Deus deve ter cuidado, pois o diabo não descansa, mas gra­ças a Deus que o servo obe­diente sempre tem vitória, l Pe 5.8,9; Pv 1.10; 4.14; Rm 6.13; Ef 6.13 e 2 Pd 2.9.




V - TENTAÇÕES DO SEXO:



Causas principais deste tipo de tentação:




(a) - Relaxar na autodisciplina.



(b) - Mau relacionamento com a esposa e com a família.



c) - Deixar-se envolver com alguma irmã, com quem pas­sa a conversar longo tempo, e até mesmo permitir confidên­cias.



(d) - Dar asas aos pensa­mentos pecaminosos.



Sugestões para vencer este tipo de tentação:



(a) - Reconhecer o problema e admitir que se trata de cobiça.



(b) - Voltar imediatamente à autodisciplina (oração e meditação).



(c) - Procurar eliminar os problemas da vida conjugal, melhorando a comunicação familiar.



(d) - Fazer da esposa a com­panheira inseparável na hora do aconselhamento de irmãs e na visitacão pastoral.




VI - TENTAÇÕES DO DINHEIRO:



Causas deste tipo de tentação:



(a) - Sentir inveja daqueles que. fora do ministério, estão prosperando.



(b) - Quando dedicado inte­gralmente ao ministério, sen­tir vontade de voltar a asso­ciar a vida espiritual com ou­tras atividades lucrativas, mesmo que isto vá prejudicar a sua espiritualidade, a sua família e o seu relacionamen­to com Deus.



(c) - Sendo um pastor pobre, discriminar os irmãos ricos, achando-os desonestos.



(d) - Administrar mal os re­cursos da Igreja, achando que, por ser o pastor, deve dispor dos seus recursos como bem entender.




Sugestões para vencer essas tentações



Aprender com o apóstolo Paulo e outros servos de Deus, Fp 4.10-20; l Tm 6.6-12; Hb 13.5,6; Pv 15.16.



A meditação nesses textos é su­ficiente para nos levar à plena confiança de que o importan­te é estarmos no centro da vontade de Deus. Ele é fiel para com aqueles a quem chamou para sua obra. Seja­mos fiéis igualmente.




VII - TENTAÇÕES PELA INVEJA NO MINISTÉRIO:



Alguns servos de Deus têm caído na cilada maligna do inconformismo, da inveja, da cobiça. Nunca estão satis­feitos com o que estão fazen­do. Se estão dirigindo uma igreja, acham que merecem e são capazes de dirigir outra maior ou mais bem localiza­da.



Certo jovem veio numa manhã a Spurgeon e lhe dis­se:



- "Eu tenho uma queixa a fazer. Minha congregação é muito pequena."



Respondeu o grande pregador:



- "Bem, talvez ela seja do tamanho pelo qual você será capaz de prestar contas no dia do jul­gamento."



Homens de Deus há que perderam a condição de servirem a Deus, porque caíram no mesmo pecado de Míriam e Arão, e de Core e seus se­guidores. Querem o lugar e a função que não lhes pertence. Não se conformam em ser liderados, em permanecer no lugar onde foram chamados para liderar, apenas - Nm 12.1-8; 16.1-36.



Muitos já caíram neste tipo de tentação. Absalão (2 Sm 15.1,2,4), Adonias (l Rs 1.5), os filhos de Zebedeu, (Mt 20.20,21).



Ainda outros não se con­formam em desempenhar o ministério ou serviços para os quais realmente foram voca­cionados. Sempre estão que­rendo mudar para fazer o tra­balho de outro irmão. É pre­ciso ter cuidado, pois alguns já percorreram esse caminho e se deram muito mal - Uzias (2 Cr 26.16-21) e Diótrefes (3 Jo 9.10) são exemplos disso.



Reconheçamos também que existem diferentes dons e que cada um deve ser diligente se­gundo o dom que recebeu do Senhor, l Co 12.12-30; Rm 12.3-8.




Sugestões para vencer este tipo de tentação



(a) - Duas perguntas o homem de Deus precisa fazer a si mesmo: 



(1ª) - Estou no lugar onde Deus quer?



(2ª)- Estou exercendo o mi­nistério de Deus como ele quer?



Caso estas respostas se­jam positivas, agradeça a Deus e prossiga para o alvo. Caso sejam negativas, colo­que-se à disposição do Senhor e espere nele.



(b) - Faça seu trabalho sem se preocupar com o que ou­tros estão fazendo. A troca de experiência é válida, quando é feita com humildade e sin­ceridade, para glória de Deus.



(c) - Lembre-se de que o ciú­me e inveja são pecados, e que o ressentimento e o inconformismo podem prejudi­car inteiramente sua vida es­piritual, Hb 12.14,15.



(d) - O espírito de rivalidade só prejudica a igreja e seu próprio ministério.



(e) - Agradeça constantemente a Deus pelo que ele está fazendo em sua obra. Não murmure, Mt 3.ll; l Co 15.9.




VIII - TENTAÇÕES DO PÚLPITO:



No púlpito está a grande força da igreja, pois é dele que o ministro prega e ensina a Palavra de Deus, com o objetivo de aperfeiçoar os santos e salvar os perdidos.



Qualquer distorção ou en­fraquecimento desse objetivo é uma derrota para a igreja, e o diabo sabe disso; portanto, é importante que o pastor te­nha cuidado com o púlpito e no púlpito.



As tentações mais comuns que sofre o ministro em rela­ção ao púlpito são:



(a) - A auto-exaltação - O ministro é tentado a achar-se um grande pregador ou ensi­nador.



Certo pastor descia do púlpito, depois de pregar, e um irmão lhe disse:



- "O se­nhor pregou maravilhosa­mente."



O pastor respondeu:



- "O diabo me disse isso, lá no púlpito."



Tenha cuidado com a auto-exaltação, Rm 12.16; Pv 13.10; 16.18; l Pd 5.5.



(b) Confiança em sua ca­pacidade - O ministro passa a depender muito de sua capa­cidade, habilidade e eloquên­cia, ao invés de depender do Espírito Santo, Jo 3.27; 15.5; 16.5-11; 2 Co 3.5; At 33.



(c) - Pregar a Palavra de Deus sem que ela seja uma realidade em sua própria vi­da, 2 Ts 3.9; l Tm 4.12; Tt 2.7; Tg 2.12.



(d) - Mentir ou exagerar quando está contando uma ilustração ou estória, Ef 4.25; Pv 12.19.



(e) - Falar aquilo que as pes­soas querem ouvir ao invés de obedecer ao Espírito Santo, At 4.20.



(f) - Manipular os seus ou­vintes com estórias e ilustrações emocionantes.



(g) - Usar o púlpito como martelo, para descarregar suas frustrações e nervosismos.



(h) - Relaxar na preparação da mensagem da Palavra por preguiça e desculpar-se de que o Espírito dá a mensa­gem At 17.11; Rm 15.4; l Tm 4.13-15; Sl 1.2.





IX -CLERICALISMO OU SACERDOTALISMO:



Parece alguma coisa nova ou sem grande importância, porém, já se nota no seio da Igreja a penetração desta cu­nha maligna.



O desvio da Igreja Primi­tiva deve-se à institucionalização. E essa institucionali­zação deu-se em três níveis interdependentes: o culto, a doutrina e a organização.



Com o intuito de "preservar" a "estabilidade" e a continui­dade da Igreja, alguns líderes do terceiro século substituí­ram a liberdade do Espírito por formas rígidas e institu­cionalizadas nos três níveis.



Atualmente o maior peri­go se relaciona com o clericalismo ou a organização minis­terial que surge quando os ministros tornam-se uma classe separada do corpo e passam a dominá-los com suas leis, regulamentos e exi­gências. Ou ainda quando passam a impor a consagra­ção de seus filhos e parentes ao ministério mesmo que es­tes sejam inexperientes ou sem vocação. A tendência é a formação de uma casta sacer­dotal.



É fundamental que se en­tenda que não se encontra em todo o Novo Testamento qualquer norma ou regulamento sobre o culto e a orga­nização da Igreja e do minis­tério. Nem tampouco o Se­nhor Jesus deixou expressa qualquer ordem nesse senti­do. Donde se conclui que o culto deve ser dentro da liber­dade do Espírito, preservan­do-se a ordem e a decência (função do ministério).



A doutrina está toda revelada na Palavra de Deus. E os mi­nistros devem servir, cada um na vocação com que foi chamado e segundo o dom que o Senhor lhe deu. Nunca passou na mente do Senhor que eles deveriam constituir-se em casta ou em clero orga­nizado.



A prepotência de lideran­ça de grandes igrejas também está relacionada com o clericalismo, pois basta examinar a história da Igreja Cristã para verificar que esta foi uma das formas de surgimen­to do bispado e, mais tarde, do papado.



Toda e qualquer distorção da forma neotestamentária do culto, doutrina ou ministé­rio causa tristeza ao Espírito Santo e pode impedir sua ação.



X - A POLÍTICA E AS SOCIEDADES SECRETAS:



O ministro não necessita viver alheio aos acontecimentos políticos de seu país. Pelo contrário, como cidadão, o pastor precisa conhecer a li­nha de pensamento ideológi­co dos partidos políticos para poder orientar seu povo.



Todavia, como ministro de Deus, o pastor sabe que a origem dos graves problemas econômicos e sociais de sua pátria não está na forma de regime político, mas na deso­bediência dos homens aos preceitos de Deus. Sabe tam­bém que a solução, ao contrá­rio do que propala a Teologia da Libertação, não está na instalação imediata do Reino de Deus na Terra, como for­ma de governo, mas no arre­pendimento e na aceitação de Jesus Cristo como Salvador e Senhor.



Pelo exposto acima, o pas­tor não deve atrelar-se a políticos nem a partidos. A inde­pendência do pastor e da igre­ja em relação à política evita­rá constrangimentos, quando houver derrotas e ataques de adversários. Isso pode dene­grir a vida da igreja e macular a sua imagem diante da so­ciedade, Jo 15.19; At 2.40; 2 Tm 2.4.



Não se pode nem pensar num verdadeiro ministro de Deus pertencendo a socieda­des secretas. Ao homem que foi chamado por Deus para exercer o ministério pastoral não é permitido comprome­ter-se com outros senhores, sociedades e filosofias.



Qualquer associação es­púria ou subserviência a doutrinas, filosofias ou ritos de origem pagã, deixará dúvidas sobre a legitimidade da cha­mada divina do pastor que a isso se sujeita.



FONTE DE CONSULTA:

“PERIGOS NO CAMINHO DO OBREIRO” – José Deneval Mendes - Revista Obreiro – CPAD -  n' 44 - jul a set, 88