ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ENGENHOCA
NITERÓI - RJ
LIÇÃO Nº06- DATA: 10/08/2014
TÍTULO: “A VERDADEIRA FÉ NÃO FAZ ACEPÇÃO DE PESSOAS”
TEXTO ÁUREO – Tg 2.8-9
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Tg 2.1-13
PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO
e-mail: geluew@yahoo.com.br
blog: http://pastorgeraldocarneirofilho.blogspot.com/
I – INTRODUÇÃO:
Em nossa cultura, é comum
encontrarmos exemplos de acepção de pessoas em todas as áreas da sociedade. Que
o Senhor nos ajude, de modo que, nas igrejas não haja distinção de pessoas pela
condição econômica, social, de raça ou de sexo. Que aceitemos a todos como
filhos de Deus, amados e salvos em Cristo Jesus.
II - A CONDENAÇÃO NA BÍBLIA:
(1) - O que é acepção de pessoas - É a preferência de pessoa ou
pessoas, em atenção à classe, qualidade, títulos ou privilégios. Este é o
significado do termo, utilizado por Tiago.
(2) – Acepção d pessoas Antigo Testamento:
(2.1) - Poucas referências - Não há muitas referências sobre o tema
no Antigo Testamento. Entretanto, os poucos textos que aludem ao assunto, nos
indicam que Deus determinava ao Seu povo que seguisse o Seu exemplo, não
fazendo acepção de pessoas.
(2.2) - Deus não faz acepção de pessoas - Quando Moisés, o grande
líder de Israel, se despediu do povo, dentre as instruções transmitidas, consta
a exortação à obediência, na qual o Senhor orientava o povo a temê-Lo, amando e
servindo-O (Dt 10.12, 17).
(2.3) - Deus não quer a acepção de pessoa - Com todas essas
qualidades divinas, Deus diz ao povo que não faz acepção de pessoas, indicando
que assim deveriam proceder. Outros textos podem ser lidos como Jó 32.21 e
34.19.
(3) – Acepção de pessoas no Novo Testamento - Nesta parte da
Bíblia há mais referências sobre a condenação à acepção de pessoas.
(3.1) - Com relação a raças ou nacionalidades - Deus não faz acepção
de pessoas, não levando em conta a raça ou etnia, nação, povo, ou língua.
Pedro, ao chegar à casa de Cornélio, iniciou a pregação, dizendo:
"Reconheço, por verdade, que Deus não faz acepção de pessoas; mas que lhe
é agradável aquele que, em qualquer nação, o teme e faz o que é justo" (At
10.34,35).
Israel rejeitou a salvação de Deus.
O Verbo Divino foi enviado (Jo
1.1,9,10), de modo que "...a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder
de serem feitos filhos de Deus; aos que crêem no seu nome" (Jo 1.12).
Não tem o mínimo sentido dizer que
os negros, os africanos, foram pessoas escolhidas para serem rejeitadas por
Deus, como queriam (e querem) alguns adeptos do apartheid, ou da discriminação
racial e de cor. João viu "uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas
as nações, e tribos e povos, e línguas, que estavam diante do trono e perante o
Cordeiro..." (Ap 7.9).
(3.2) - Com relação à obediência - Deus "recompensará cada um
segundo as suas obras", dando "vida eterna aos que, com perseverança
em fazer bem, procuram glória, e honra e incorrupção" (Rm 2.6,7): dando,
porém, "indignação e ira aos que são contenciosos e desobedientes à
verdade e obedientes à iniquidade" (Rm 2.8); e, ainda, dando "glória,
porém, e honra e paz a qualquer que faz o bem; primeiramente ao judeu e também
ao grego" (Rm 2.10); "porque, para com Deus, não há acepção de pessoas"
(Rm 2.11).
A escolha dos judeus foi apenas
prioridade e não acepção de pessoas, como lemos cm Rm 2.10: "primeiramente
ao judeu...". Na verdade, "Deus amou o mundo..." (Jo 3.16a), e
não somente a Israel.
O que interessa para Deus é a
aceitação de Sua Palavra, com obediência, em qualquer lugar do mundo.
(2.3) - Com relação à condição social – Tg 2.2-3 – Estes versos alertam
para a discriminação entre pobres e ricos na igreja, tomando o exemplo de
alguém que, chegando à congregação, com anel no dedo, vestidos preciosos, é chamado
"para cima", enquanto o pobre é mandado ficar "lá embaixo".
Paulo, exortando aos senhores e
patrões de Éfeso, quanto ao tratamento que deveriam dar aos servos, lhes
ordenou, com a autoridade do Espírito Santo: "E vós, senhores, fazei o
mesmo para com eles, deixando as ameaças, sabendo que o Senhor deles e vosso
está no céu e que para com ele não há acepção de pessoas" (Ef 6.9).
Senhores e servos ou escravos
dividiam a sociedade. Mas o evangelho levou a mensagem do respeito à dignidade
humana, como nenhuma outra filosofia o fez. Paulo, cm sua carta a Filemom, (Fm
v.16) roga que o patrão, crente, receba o escravo fugitivo, mas convertido, não
como escravo, mas como irmão em Cristo (Fm 15,16). Só um cristão poderia
conceber esse comportamento.
Hoje, é importante que os patrões
crentes tenham seus empregados (domésticos, funcionários, etc.) em respeito e
honra, para testemunho do amor de Deus em seus corações.
(3.4)- Em relação à distinção por sexo - Ensinando sobre as
mulheres no culto, Paulo diz que "...nem o varão é sem a mulher, nem a mulher,
sem o varão, no Senhor. Porque, como a mulher provém do varão, assim também o
varão provém da mulher, mas tudo vem de Deus" (l Co 11.11,12).
Em Gl 3.27,28, diz o apóstolo que
entre os que foram revestidos de Cristo, "...não há macho nem fêmea;
porque todos vós sois um em Cristo Jesus".
No Antigo Testamento, havia
discriminação de sexo, não por orientação de Deus, mas pela influência da
cultura oriental.
Entre os judeus, a mulher era
considerada inferior na vida religiosa. Josefo, historiador judeu, diz que
naquele tempo entre os judeus, "uma centena de mulheres não vale mais do
que dois homens". Um rabino disse: "Eu te agradeço porque não nasci
escravo, nem gentio, nem mulher". Machismo puro. Quão diferente é no
Cristianismo. Jesus valorizou o trabalho feminino (ler Mt 27.55; Mc 15.41; Lc
8.2-3). Nas epístolas paulinas, temos mulheres em destaque (ver 2 Tm 1.5; Rm
16.1-17).
(3.5) - Com relação à salvação - Há igrejas que pregam que Deus
predestinou pessoas para serem salvas e outras, para serem irremediavelmente
perdidas.
O teólogo João Calvino ensinava que
"é o decreto de Deus... para alguns é preordenada a vida eterna, e para
outros, a condenação eterna".
Isso vai de encontro ao caráter de
Deus, revelado na Bíblia, que diz, como vimos acima, que "... não faz
acepção de pessoas" (cf. Dt 10.17; Jó 34.19; At 10.34; Rm 2.11; Ef 6.9,
25; l Pe 1.17).
Não faz sentido nascerem dois bebês,
na maternidade, e um ter uma "etiqueta" de salvo e, outro, a
"etiqueta" de perdido.
Cremos, sim, que Deus, em casos
especiais, dentro de Sua soberania, escolhe pessoas com certos propósitos, como
João Batista e Jeremias. Deus nos predestinou coletivamente como Igreja, e não
individualmente, por acepção de pessoas (cf. Ef 1.11-13).
III - RAZÕES PARA NÃO SE FAZER ACEPÇÃO DE PESSOAS:
(1) - Toda a humanidade foi criada
por Deus. Deus criou o ser humano, homem e mulher, à Sua imagem e semelhança
(Gn 1.27). Ambos receberam a imagem divina, independente do sexo. Ambos
perderam a glória de Deus com a queda, e não pela condição de ser homem ou
mulher. Deus fez a Terra e criou nela o homem (Is 45.12). Ele não faz acepção
de pessoas. Nós também não o devemos fazer.
(2) - Toda humanidade tem a origem
comum em Adão e Eva. Paulo, em Atenas, discursando no Areópago, disse que Deus
"...de um só fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face
da terra..." (At 17.26a). Por influência de condições genéticas,
climáticas e de outra ordem, foram-se reunindo as raças, e sendo espalhadas
pela Terra, mas todos vêm da mesma origem.
(3) - Em Cristo, todos somos um. O
brasileiro, resultante da miscigenação do índio, do europeu e do negro; os
asiáticos, de cor amarela; os japoneses, de olhos amendoados; os chineses de
olhos apertados; os europeus, louros e de olhos azuis; os africanos de cor
negra e dentes bem brancos, enfim, todos de qualquer raça, aparência ou cultura,
quando salvos, são um em Cristo Jesus (Gl 3.28).
IV – CONSIDERAÇÕES FINAIS:
A acepção de pessoas por condição
social, econômica, familiar ou de outra ordem é comportamento incompatível com
o caráter inclusivo do evangelho. Jesus veio trazer salvação, amor e paz para
todos os que crêem, em qualquer nação, raça ou povo do mundo. Que Deus nos
abençoe, não permitindo a discriminação de pessoas em nosso meio.
Para combater a acepção de pessoas,
precisamos fazer três coisas: amar a todos igualmente (inclusive os
não-crentes); tratar a todos com equidade e mostrar que os preconceitos são contrários
a Deus.
FONTE DE PESQUISA E CONSULTA:
Lições Bíblicas CPAD – 1º TRIMESTRE DE 1999 – Comentarista: Elinaldo
Renovato de Lima