ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ENGENHOCA
NITERÓI - RJ
LIÇÃO Nº 06 - DATA: 11/11/2012
TÍTULO: “JONAS – A MISERICÓRDIA DIVINA”
TEXTO ÁUREO – Jn 3.10
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Jn 3.1-3, 15, 17; 3.8-10; 4.1-2
PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO
e-mail: geluew@yahoo.com.br
blog: http://pastorgeraldocarneirofilho.blogspot.com/
I – INTRODUÇÃO:
O livro de Jonas é
atípico em relação aos outros profetas menores, por dois motivos:
(A) - Seu título não se
refere ao autor, mas ao personagem principal; e
(B) - Não apresenta fatos
históricos, mas uma parábola.
O livro é tido como uma
preparação à revelação evangélica do amor de Deus, pela piedade demonstrada em
relação a Jonas, salvo da morte, e a Nínive, salva da destruição.
II – PEQUENO ESBOÇO DO LIVRO DE JONAS:
Capítulo
1:
Jonas, enviado para Nínive, foge para Társis – Jn
1.1-3.
O sofrimento de uma demora, por causa de uma
tempestade – Jn 1.4-7.
O discurso de Jonas aos marinheiros – Jn 1.8-12.
Jonas é lançado ao mar e é milagrosamente preservado
– Jn 1.13-17.
Capítulo
2:
A oração de Jonas – Jn 2.1-9.
Jonas é livrado do peixe – Jn 2.10.
Capítulo
3:
Jonas, novamente enviado a Nínive, prega ali – Jn
3.1-4.
Nínive se salva por causa do arrependimento de seus
habitantes – Jn 3.5-10.
Capítulo
4:
Jonas se ira por causa da misericórdia de Deus e é
repreendido – Jn 4.1-4.
É ensinado a Jonas o que ele fez, por meio de uma
aboboreira que murchou – Jn 4.5-11.
III - POR QUE LER ESSE LIVRO:
Se
já pensamos que algumas pessoas não têm mais jeito - são tão más que não podem
ser mudadas - o livro de Jonas pode revolucionar esse nosso modo de pensar.
Pensemos nos assassinos em série, nos estupradores, nos traficantes de drogas
ou nos terroristas; não é contrário à natureza desejar o castigo desses
indivíduos violentos e cheios de ódio. Esse livro, no entanto, mostra que Deus
quer estender Sua graça e Sua misericórdia exatamente àqueles que temos a
tendência de desprezar ou considerar fora do alcance da redenção.
IV - QUEM ESCREVEU O LIVRO?:
Jonas,
que significa “Pombo”, numa espécie de autobiografia, narrando em
primeira mão o que lhe aconteceu.
V - QUANDO FOI ESCRITO?:
Talvez
entre 785 e 750 a.C., ou cerca de 760 a.C., durante o reinado de Jeroboão II,
rei de Israel (2 Rs 14.25).
VI - O QUE ACONTECIA NA ÉPOCA?:
O
Reino do Norte, Israel, tinha reconquistado a sua influência c foi restaurado
por Jeroboão II. Mas a Assíria, cuja capital era Nínive, estava querendo
expandir-se de modo cada vez mais ameaçador.
VII - POR QUE FOI ESCRITO?:
Para
dizer, por meio de uma história, que Deus se preocupa até mesmo com os inimigos
do Seu povo. O livro também mostra que Deus usou um profeta relutante como
veículo da Sua graça.
VIII - O QUE SE DEVE BUSCAR EM JONAS:
A
compaixão de Deus por todo o Seu povo, Seu desejo de arrependimento sincero,
independentemente do que a pessoa tenha feito. Também procuremos ver até onde Ele
se dispõe a ir para nos chamar a atenção. Em resumo: A Magnitude da
Misericórdia Salvífica de Deus.
A lição central da profecia é
ensinar ao povo de Deus que Ele é Deus tanto do judeu, quanto do gentio; é
ensinar que a providência de Deus não se limita a Israel, mas se estende também
aos gentios (Rm 3:29).
IX – A CIDADE DE NÍNIVE:
Nínive era uma cidade
extremamente fortificada. Segundo o historiador grego Deodoro Século, da
Sicília, os muros de Nínive tinham de 30 a 33 metros de altura (não confundir
com o muro da Babilônia), tão largo era aquele muro que três carros de guerra
passavam lado a lado sobre ele; o muro possuía cerca de 87 a 100 quilômetros de
circunferência. O mesmo historiador acrescentou que a cidade era guarnecida de
1500 torres de onde se podia avistar o inimigo a grande distância. Assim, a
cidade de Nínive se orgulhava (Sf 2:15).
Era a antiga capital da
Assíria - Gn 10:11 cf II Rs 19:36
Sua origem e antiguidade
- Gn 10:8-12
Situada além do rio
Eufrates e banhada pelo rio Tigre - Gn 2:14 cf Is 7:20; Na 2:6-8
Chamada de cidade
sangrenta, cheia de mentiras e roubos - Na 3:1
Era uma cidade grande -
Jn 1:2; 3:2
Era cidade extensa - Jn
3:3
Era uma cidade rica - Na
2:9
Era uma cidade poderosa -
Na 3:12
Era uma cidade comercial
- Na 3:16
Era uma cidade populosa -
Jn 4:11
Era uma cidade vil e
idólatra - Na 1:14 - Os ninivitas adoravam o deus-peixe DAGOM, pois acreditavam
que ele havia saído do mar, fundado sua nação e que vinha a eles mensagens do mar,
de tempo em tempos. No entanto, Deus lhes enviou um profeta SAÍDO DO MAR.
Era uma cidade ímpia - Jn
1:2
Era uma cidade cheia de alegria
e descuido - Sf 2:15
Uma cidade cheia de
feitiçarias - Na 3:4
X - OS MOTIVOS DA DESOBEDIÊNCIA DE JONAS:
Sendo Jonas um profeta, sabia que a
Assíria, algum dia, invadiria a terra de Israel e praticaria contra seus
habitantes as crueldades pelas quais era notável. Assim, pois, preferiu
desagradar a Deus em vez de fazer o possível pela preservação de uma nação que
traria sofrimentos indizíveis ao seu povo.
João Urquhart, erudito, explica a
questão conforme relato abaixo:
"A Assíria tinha posto as mãos, havia
várias gerações, sobre as nações da costa do Mediterrâneo, dominando-as com
crueldade e ferocidade. A política assíria não permitia nenhuma compaixão.
Faltando-lhe os recursos para defender suas conquistas, punha em prática um
plano que em sua maior parte tornava desnecessárias guarnições do exército
assírio:
(1) - De início, começavam com uma
matança geral. Os reis, segundo as inscrições, pareciam ver com avidez o
espetáculo apresentado no campo de batalha. Descreviam como estava esse coberto
de corpos dos conquistados.
(2) - A carnificina era seguida por
sofrimentos cruéis nas cidades.
(3) - Os principais homens, como em
Láquis, quando Senaqueribe conquistou essa cidade, foram presos e conduzidos
pelos algozes, sujeitos a vários castigos, todos horrorosos.
(4) - Algumas vítimas eram deitadas
no chão enquanto alguém da parte dos conquistadores, que figuram no monumento
apreciando diabolicamente sua obra horrível, introduz a mão na boca da vítima,
prende-lhe a língua e arranca-a pela raiz.
(5) - Em outro lugar, cravavam-se
estacas no chão e a estas amarravam os pulsos de outra vítima, com cordas. Seus
tornozelos são atados de maneira semelhante, e o homem é estendido de tal
maneira que não pode mover nenhum dos seus músculos. O algoz põe logo mão à
obra: começando no lugar apropriado, a faca faz sua incisão, e a pele é levantada
centímetro por centímetro até que o homem é esfolado vivo. Em seguida, estendem
a pele nos muros da cidade ou usam-nas de alguma outra maneira, para criar
terror no povo, deixando impressões vivas da vingança assíria.
(6) - Para outras vítimas, foram
preparados postes compridos e pontiagudos. A vítima tomada dentre os homens
principais da cidade, é colocada no chão; a ponta do poste é introduzida na
parte inferior do peito; depois levantam o poste, que suspende a vítima
retorcendo-se de dor e ficam-no em um buraco feito no chão, deixando-a ali para
morrer.
Ninguém em Israel ignorava essas
coisas. Jonas pode até ter sido testemunha ocular delas. Não havia dúvida de
que também Jonas sabia que a Assíria, a despojadora das nações, seria o
instrumento nas mãos de Deus, para a vingança divina das dez tribos.
No entanto, a palavra do Senhor veio
a Jonas: “Dispõe-te, vai à grande cidade de Nínive e clama contra ela, porque a
sua malícia subiu até mim” (Jn 1:2).
O cálice da iniquidade de Nínive
estava, então, cheio. A sentença esperava ser pronunciada. Nunca Jonas tinha
ouvido novas mais felizes do que essas. Se Nínive perecesse, Israel então
estaria a salvo! Havia somente uma coisa a temer: A misericórdia de Deus, que
poderia sustar o golpe da Sua justiça.
Jonas sabia que Jeová era um Deus
misericordioso e que se Nínive a Ele clamasse, a Assíria poderia ser salva e
Israel pereceria. Foi uma escolha entre a vingança de Deus sobre ele, Jonas,
por ser um profeta rebelde e a vingança sobre o seu povo. Jonas, então, se
sacrificaria; deixaria que Nínive perecesse e, assim, salvaria a Israel! Esse
parece ter sido o propósito de Jonas e a razão de seu pesar pelo salvamento de
Nínive.
Comparemos, nesta conexão, II Rs
8:7-13, onde lemos que Eliseu chorou, quando, olhando o futuro, viu as
atrocidades que um exército invasor praticaria contra o seu povo.
Jonas se acomodou à desgraça alheia;
não conseguia ver a misericórdia de Deus por Nínive, mas tinha misericórdia de
uma planta (Jn 4:10-11)".
XI - ALGUMAS LIÇÕES DA PROFECIA DE JONAS:
(1)
- DEUS FRUSTRA OS PLANOS DOS DESOBEDIENTES: Aquele que tenta fugir de Deus ou
desobedecê-Lo, sempre desce na vida (Jn 1:3, 5; 2:3, 6).
(2)
- DEUS SOCORRE EM TEMPO DE CRISE: A angústia se tornou uma oportunidade para que
Jonas buscasse a Deus de modo intenso (Jn 2).
Há
crises por todos os lados: na saúde, na educação, na economia. Se o povo de
Deus buscá-Lo, como fez Jonas, essas crises poderão ser vencidas, pois as
crises são inevitáveis, mas Deus é maior do que todas elas. Nas aflições, crises
e sofrimentos da vida, a única solução eficaz é o socorro infalível de Deus (Sl
18:6-18; 81:7; Mt 14:28-32; Mc 4:35-41).
(3)
- DEUS RESTAURA OS ARREPENDIDOS: O profeta Jonas foi restaurado em seu ofício e
anunciou a importante mensagem de arrependimento aos ninivitas, que se
converteram e reconheceram a Jonas como um mensageiro de Deus.
O
arrependimento é pessoal, mas também pode ser coletivo; quando é coletivo, pode
evitar muitas tragédias, porque Deus sempre é um Deus de paciência e
misericórdia.
(4)
- DEUS EXERCE MISERICÓRDIA PARA TODAS AS NAÇÕES: (Jn 3:10; 4:11 cf Sl 24:1) – Sabe-se hoje que
há incontáveis preconceitos a serem enfrentados e superados. Até mesmo na
tarefa evangelística existem aqueles que não querem pregar para determinadas
classes sociais, não indo a lugares difíceis. Porém, as boas novas de salvação
precisam ser anunciadas em todos os lugares e a todas as pessoas, sem
preconceito algum, pois o Mestre demonstrou em Seu ministério público, uma
eficaz misericórdia para com as pessoas de todas as classes (Lc 4:18; Jo 3:16).
XII - CONSIDERAÇÕES
FINAIS:
Deus não
ama uma nação mais do que outra. O seu amor é infinito. Sabe amar os piores
homens com um perfeito amor, até o ponto de dar o Seu Único Filho para
salvá-los. Deus não é racista; com Ele não há distinção de pessoas.
A lição
é clara. Quem ama, deve amar toda a criação de Deus: as plantas, os animais e
os homens. Deus ama o mundo. Para nós sermos porta-vozes do Evangelho de Jesus
Cristo é preciso aprender a amar. Não basta pregar a verdade, toda a verdade e
somente a verdade: a obediência ao apelo evangelístico e missionário não é
válida sem a demonstração de amor real.
FONTES DE CONSULTA:
Bíblia de Estudo Vida
Tesouros de Conhecimentos Bíblicos - Edições CPAD - Autor: Emílio Conde
A Bíblia Vida Nova - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova
Através da Bíblia Livro por Livro - Editora Vida Nova - Autor: Myer Pearlman
A Mensagem dos Profetas Menores – ABU – Dionísio Pape