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31 de ago. de 2010

LIÇÃO Nº 10 - 05/09/2010 - "O MINISTÉRIO PROFÉTICO NO NOVO TESTAMENTO"

ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL DA IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ENGENHOCA
NITERÓI - RJ
LIÇÃO Nº 10 - DATA: 05/09/2010
TÍTULO: “O MINISTÉRIO PROFÉTICO NO NOVO TESTAMENTO”
TEXTO ÁUREO – Ef 3:5
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: I Cor 2:9-13
PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO
e-mail: geluew@yahoo.com.br
blog: http://pastorgeraldocarneirofilho.blogspot.com/


I – INTRODUÇÃO:

• Lc 3:21-22; 4:14-21 - Só depois que o Espírito Santo desceu sobre Jesus, foi que Ele começou a declarar que era ungido. Assim, dentre outros cargos, Ele ministrava no de profeta com unção e autoridade – Mc 6:4; Jo 8:40.


II –JESUS, O PROFETA RECONHECIDO:

• Jesus não foi apenas um Profeta e, sim, O GRANDE PROFETA, Senhor absoluto de todas as revelações do Pai, do Céu, do futuro e da eternidade. Ele foi reconhecido O Profeta prometido:

• (1) - PELO TESTEMUNHO DAS ESCRITURAS – Ele foi o Profeta, cuja vinda fora predita por Moisés, cerca de 1500 anos antes do Seu nascimento - Dt 18:15, 18 cf At 3:22-23; 7:37.

• (2) - PELO CARÁTER MARAVILHOSO DO SEU MINISTÉRIO – Várias vezes Jesus foi identificado como Profeta de Deus, pelos feitos maravilhosos que realizava -Mt 21:11, 46; Mc 6:15; 8:28; Lc 7:16; 24:19; Jo 3:2; 4:19; 6:14; 7:40; 9:17.

• (3) - PELA REVELAÇÃO DE DEUS AOS HOMENS – Este é um aspecto dos mais importantes do ministério profético e Jesus o desempenhou da maneira mais sublime e mais perfeita. A mulher samaritana, ao ouvir Jesus falar do Pai e da adoração a Deus, dominada pelo poder da inspiração das palavras de Jesus, foi constrangida a confessar (Jo 4:19).

• (4) - PELAS SUAS PREDIÇÕES DE FUTURO E DA ETERNIDADE – A predição é, inegavelmente, um aspecto distinto do ministério profético. As predições proféticas de Jesus não têm atualmente apenas aquele aspecto escatológico, mas também o histórico. Muitas de Suas profecias são coisas do futuro, aceitas pela fé somente. Outras, entretanto, já se cumpriram literalmente ou estão se cumprindo à vista de todos: terremotos, guerras e rumores de guerra, fomes e pestilência (Mt 24:3-35; Lc 19:41-44).

• Entre outras, cuja veracidade é sobejamente comprovada pela História, destaca-se a destruição de Jerusalém, ocorrida no ano setenta da Era Cristã, pelo exército de Tito, general romano (Lc 19:41-44 cf Lc 13:32-34).

• Estes passos revelam ser Jesus o Grande Profeta, com a maior autoridade e o mais glorioso ministério (Lc 7:16).

• (5) - JESUS CHAMOU-SE A SI MESMO PROFETA – Mt 13:57; 23:37; Lc 13:33.


III - JESUS, O PROFETA QUE TRANSMITIU AO POVO A MENSAGEM DE DEUS:

• (1) - JESUS FALOU ATRAVÉS DA SUA VINDA AO MUNDO - Deus falou pelo Filho, principalmente através do cumprimento exato de todas as profecias concernentes à vinda do Redentor (Hb 1:1 cf Lc 4:21).

• (2) - JESUS FALOU PELO SEU GRANDE EXEMPLO – Ele mostrou de que modo Deus quer que os homens vivam (I Pe 2:21).

• (3) - JESUS TRANSMITIU A DOUTRINA DE DEUS – (Jo 8:26-28, 7:16, 9:38, 12:49-50, 14:10, 24; 15:15; 17:8, 20).

• (4) - JESUS FALOU COM AUTORIDADE – Mt 7:29


IV – JESUS CONTINUA EXERCENDO O SEU MINISTÉRIO PROFÉTICO:

• (1) - NO CÉU, JESUS CONTINUA COMO PROFETA – Apc 19:10.

• (2) - JESUS CONTINUA FALANDO POR MEIO DA SUA IGREJA, QUE É O SEU CORPO – Ef 1:22-23

• (3) - JESUS CONTINUA FALANDO POR MEIO DOS MINISTÉRIOS DADOS POR ELE – Ef 4:11-12

• (4) - JESUS CONTINUA FALANDO PELA SUA PALAVRA – I Ts 2:13.


V – PONTOS ANÁLOGOS ENTRE O MINISTÉRIO DO PROFETA DO ANTIGO E DO NOVO TESTAMENTO:

• (A) – PROCEDÊNCIA DOS MINISTÉRIOS - Ambos provinham do Espírito Santo. A analogia consiste fundamentalmente em serem os ministérios dos dois pactos resultados da inspiração do Espírito Santo, na forma dos desígnios de Deus.


• (B) – SEUS ASPECTOS PREDITIVOS - Em ambos aparece o aspecto preditivo do ministério profético.

• Leiamos At 11:27-28; 21:10-11 - Na profecia de Ágabo, vemos manifestadas verdades doutrinárias dignas de nota, pois a predição em si veda-nos o direito de negar dogmaticamente (como tentam alguns autores), o aspecto preditivo da profecia do Novo Testamento. Deus é soberano para proceder conforme as necessidades do Seu povo, em diferentes circunstâncias.

• A única norma infalível na regulamentação dos dons espirituais é a Palavra de Deus e, de acordo com esta, a profecia nunca deixou de ter a parte preditiva, ainda que nem sempre consista de predição exclusivamente.

• Nos textos já citados, as profecias são preditivas. Ágabo predisse "...que estava para vir grande fome por todo o mundo, a qual sobreveio nos dias de Cláudio" (At 11.28).

• Predisse que Paulo seria preso pelos judeus em Jerusalém e isto aconteceu dias depois (At 21.10-11 e 30-37).

• Houve predição e tudo se cumpriu. O cumprimento da profecia é, invariavelmente, a prova de sua autenticidade (Dt 18.22).

• Portanto, não é razoável negar que haja ou possa haver predição em uma profecia atualmente. À semelhança do ministério profético da dispensação passada, Deus quer avisar o Seu povo ou preveni-lo contra circunstâncias adversas a se manifestarem, ou despertando-o, como muitas vezes temos visto acontecer.


• (C) – OS PROFETAS ERAM MINISTROS PREGADORES - Tanto no Antigo como no Novo Testamento, os profetas eram ministros pregadores. Como se deduz de l Coríntios 14.4, 30 e 31:

• Em I Cor 14:4, a prédica pode ser uma mensagem de "edificação, exortação e consolação";

• Em I Cor 14:30, é revelação; e

• Em I Cor 14:31, é ensinamento: - "Porque todos podereis profetizar, um após outro, para todos aprenderem...".

• Em Atos l5.23, temos o profeta consolando, fortalecendo e aconselhando: “Judas e Silas, que eram também profetas, consolaram os irmãos com muitos conselhos e os fortaleceram".

• Ao texto citado, poder-se-ia dar esta versão: "Os pregadores Judas e Silas, que eram também profetas"; este último foi também um dos pioneiros na evangelização da Ásia e da Europa, em companhia de Paulo (At 15 a 18).

• Portanto, o profeta no Novo Testamento pode ser o pregador dos tempos apostólicos e dos nossos dias.

• Isto, contudo, não significa que qualquer pregador seja profeta ou que profeta seja um outro nome dado ao pregador. Há distinção entre os dois ofícios, conquanto possam ser encontrados ou manifestados em um só ministro cheio do Espírito Santo.

• É certo, também, que o título de profeta bem poderia ser usado para designar o ministério de alguns obreiros, em virtudes da sua natureza sobrenatural, pela abundância da inspiração com que proclamam os oráculos de Deus: Tudo parece novo; pura revelação; edificação que conduz o crente à vitória plena, nos momentos de dúvidas, com exortações que consolam; confortos que trazem libertação completa; revelações que abrem novos horizontes e inspiram novas esperanças! Estas são as características do ministério profético no Novo Testamento.

• Paulo faz menção deste ministério, destacando o seu caráter arrebatador: "Se todos profetizarem, e entrar algum incrédulo, ou indouto, é ele por todos convencido, e por todos julgado; tornam-se-lhe manifestos os segredos do coração, e, assim, prostrando-se com a face em terra, adorará a Deus, testemunhando que Deus está de fato no meio de vós" (l Co 14.24-25).

• O ouvinte, como frequentemente tem acontecido diante da mensagem penetrante, sente-se como se o pregador estivesse bem informado de sua vida pecaminosa e estivesse pregando a respeito dele e para ele exclusivamente. Então, "prostrando-se", submete-se inteiramente a Deus, aceitando a mensagem salvadora. Este ministério sempre foi e continua sendo (onde se manifesta), um meio eficaz de promover avivamento espiritual.

• Os profetas tinham o ministério distinto dos mestres ensinadores da doutrina na Igreja Primitiva. O ministério do ensino se caracteriza pela maneira lógica de expor a doutrina, apelando às faculdades racionais dos ouvintes. Do profeta, ao contrário, a sua mensagem apela mais diretamente à consciência, através das emoções.

• A mensagem do profeta no Novo Testamento é produto de imediata revelação do momento. Pode ser mediante a iluminação de um texto ao pregador e a poderosa inspiração na exposição da mensagem ou propriamente pelo dom de profecia. De uma maneira ou de outra, este ministério se evidenciará pelo seu caráter sobrenatural.


VI -DIFERENÇAS ENTRE OS DOIS MINISTÉRIOS:

• Como ficou demonstrado, conquanto haja muita semelhança entre os ministérios proféticos do Antigo e do Novo Testamento, há, contudo, algo bastante diferente e consiste no seguinte:

• (A) – NÃO TEM AS MESMAS CARACTERÍSTICAS - Os mesmos textos que revelam a manifestação da profecia preditiva na atual dispensação, também demonstram não possuir este dom todas as características e finalidades do ministério profético anterior.

• Ágabo, um autêntico profeta, ao predizer a fome que sobreviria em dias futuros, limitou-se a "dar a entender pelo Espírito que estava para vir grande fome, por todo o mundo". O mais ficou com a assembleia, com "os discípulos, que resolveram enviar socorro aos irmãos".

• Quando predisse a prisão de Paulo em Jerusalém, "tomando o cinto de Paulo, ligando com ele os seus próprios pés e mãos, declarou: Isto diz o Espírito Santo: Assim os judeus em Jerusalém farão ao dono deste cinto e o entregarão nas mãos dos gentios..."

• O conselho para que Paulo não subisse a Jerusalém foi de Lucas e demais companheiros do apóstolo. A decisão foi de Paulo, que, orientado e dirigido pelo Espírito Santo, afirmou: "Estou pronto, não só para ser preso, mas também para morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus".

• Sendo um homem espiritual, profundo conhecedor da instância da profecia, Paulo não se demoveu da convicção de estar no plano de Deus a sua ida a Jerusalém, que era o caminho, para que testemunhasse de Jesus em Roma.

• Ágabo e os demais, não o podendo persuadir, conformados, disseram: "...Faça-se a vontade do Senhor" (At 21:10-14; 23:11).


• (B) – NÃO TEM A FINALIDADE DE ESTABELECER NORMAS - A autoridade máxima em matéria de fé, a norma infalível da vida espiritual, a temos completa e perfeita no Antigo e no Novo Testamento.

• Nem podemos crer que possuam realmente o dom de profecia aqueles que pretendem ser profetas, sem se submeterem às normas estabelecidas pela Palavra de Deus e ensinadas por aqueles a quem Ele chamou, ungiu e confirmou como seus ministros, para o bem de sua Igreja. Aliás, esta era também a concepção autorizada de Paulo. "Se alguém se considera profeta, ou espiritual, reconheça ser mandamento do Senhor o que vos escrevo" (l Co 14.37).

• As porções bíblicas que analisamos deixam bem claro que o dom de profecia no Novo Testamento não tem a finalidade de estabelecer normas para a vida cristã, para o governo da Igreja e para a maneira de agir dos ministros, especialmente se tais "normas" são contrárias às doutrinas neotestamentárias.


• (C) – CONTINUA NA ATUAL ALIANÇA - Talvez a maior diferença entre o ministério profético passado e o atual habite no fato de nada haver que evidencie o desaparecimento total deste dom ministerial, ou qualquer outro dom concedido à Igreja de Cristo. Continua existindo. Existirá na Igreja de Cristo até a Sua vinda, onde quer que seja aceita a sua vigência, de acordo com o padrão escriturístico. Nós o temos visto, bem como os demais dons, manifestados em nossos dias, em nosso meio. Permita Deus que os cristãos despertem para reconhecer a importância e a grande necessidade deste ministério na Igreja.


VII – CONSIDERAÇÕES FINAIS:

• Apresentamos duas oportunas palavras de advertência para todos nós:

• (1ª) – NÃO NEGLIGENCIEMOS OS DONS ESPIRITUAIS - Tememos que a negligência dos cristãos de hoje para com os dons espirituais já implique em desprezo aos recursos divinos concedidos à Igreja.

• Quanto ao dom de profecia, não deve ser negligenciado pelo receio de usá-lo erradamente. Aliás, nos dias de excessiva degeneração moral em que vivemos, não é tão grande o perigo do fanatismo (exceto no uso dos dons), como do formalismo e conformação com o que chamamos novo ritmo social; e


• (2ª) – O DOM DE PROFECIA NÃO É INFALÍVEL - Receamos que haja alguns desejosos do dom de profecia e, ao contrário do exemplo de Eliseu, se mostrem satisfeitos simplesmente por receberem a "capa de Elias", não se preocupando com o necessário encontro com o Deus de Elias, do que depende a verdadeira autoridade para qualquer ministério espiritual, do que dependem os grandes resultados reais (2 Rs 2.14).

• De acordo com os ensinos de Jesus, o profeta deve ser classificado, não tanto pelos dons e, sim, pelo fruto do Espírito; é o que se deduz de Mateus 7.15-23.

• Receamos que alguns, neste particular, estejam seguindo o exemplo do rei Reoboão, que vendo roubada a Casa do Senhor dos "escudos de ouro que Salomão tinha feito" os substituiu por "escudos de bronze" (l Rs 14.25-28).

• O bronze, mesmo muito bem polido, nunca se equipara ao ouro em beleza nem em valor. É sempre bronze!...

• Se o ministério profético do Novo Testamento, em nossa concepção, consiste apenas em profecias que aparecem em termos da doutrina escrita e frequentemente pregada dos púlpitos, trará consigo a impressão de mera repetição ou coisa desnecessária, especialmente quando proferidas sem aquele distintivo sempre presente na verdadeira profecia, o poder da inspiração divina, que torna inconfundível a voz do Espírito Santo, despertando e edificando.

• É certo que o Espírito Santo não erra e não falha. A falha ou o erro é de instrumento humano. Se, contudo, não houvesse a possibilidade de falhas ou erros na profecia, seria desnecessária a recomendação: "Tratando-se de profetas, falem apenas dois ou três, e os outros julguem" (l Co 14.29).

• Precisamos tremendamente do ministério profético na Igreja em nossos dias, mas do modo equilibrado, real e tão proveitoso como descreve O Novo Testamento!


FONTES DE CONSULTA:

1. Souza, Estêvam Ângelo de - Títulos e Dons do Ministério Cristão – CPAD

2. Bergstén, Eurico - A Santa Trindade – CPAD

3. Berkhof, Louis - Teologia sistemática – Luz Para o Caminho Publicações